O conceito de lifelong learning como forma de manter a mente ativa dentro de um envelhecimento saudável tem sido massivamente incentivado.

O conceito de Lifelong learning compreende a educação como um processo perene, ultrapassando os limites das instituições, idade, nível social, e nesse sentido, investir em lifelong learning significa estimular de maneira voluntária, proativa e permanente o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo, a partir das mais diversas experiências de aprendizagem.
Com a evolução da tecnologia a um nível exponencial, existe uma preocupação de que as pessoas a partir dos 50 anos teriam dificuldade de absorver todas estas mudanças e portanto, passariam a ficar obsoletas. Por outro lado, com o crescimento da população idosa no Brasil, as empresas passarão a ter que absorver profissionais 50+, capacitá-los e também se preparar para servir esta população que envelhece a cada ano.
Postos de trabalho e indústrias inteiras estão se transformando e as habilidades necessárias para ocupar praticamente qualquer trabalho estão se modificando. A ideia que a aprendizagem só é efetiva quando associada a uma educação formal é que está ultrapassada.
“ Um aprendizado que é perseguido durante a vida, que é flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares. O lifelong learning cruza setores, promovendo aprendizado além da escola tradicional e ao longo da vida adulta”. Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), instituição que dissemina o conceito ao redor do mundo
Segundo a LLCQ, e divulgado no Livro de Jacques Delors, Educação: Um Tesouro a Descobrir, o conceito se baseia em quatro pilares fundamentais: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.
- É preciso aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos – ou seja: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida;
2. Aprender a fazer, não só no âmbito profissional, mas de uma maneira mais abrangente, a fim de tornar a pessoa apta a enfrentar situações adversas e trabalhar em equipe.
3. Compreender as interdependências existentes dentro de um projeto para que, no futuro, ela seja capaz de entender o outro e gerenciar conflitos, levando em consideração os valores do pluralismo.
4. Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal.
Não há dúvida que a responsabilidade de nos atualizar é nossa para nos manter aptos profissionalmente, socialmente e com a mente saudável. Mas as empresas também tem a responsabilidade e não só isto, a necessidade de oferecer oportunidades de crescimento, evolução e compreensão das necessidades e expectativas deste novo quadro de colaboradores.
Durante esta pandemia, muitas empresas simplesmente jogaram seus colaboradores em casa: agora é “home office” ! E sem preparo algum, muitos se viram com níveis altíssimos de angústias e ansiedade, por terem que lidar com lives, apresentações digitais e preparação de material, sem qualquer tipo de treinamento.

No curso Formação Executiva em Mercado da Longevidade da Fundação Getúlio Vargas no qual tenho a alegria e honra de ser uma das professoras, junto com Patricia Galante de Sá, Martin Henkel e Márcia Tavares, vamos falar justamente de como as empresas têm que se preparar não só para atender a este segmento de mercado que cresce a cada dia, como preparar seus colaboradores, cujo quadro terá grande parte acima de 50 anos.
A absorção de mão de obra de forma inclusiva ajudará às empresas mais modernas a compreender quais são os serviços que o mercado demandará. Somente trabalhando com pessoas que vivenciam experiências desafiadoras a partir das transformações de corpos e de mentes, elas serão capazes de ter uma olhar empático sobre os diversos fatores que nos diz respeito.
É preciso um trabalho sem preconceitos, sem rótulos e sem medo para cocriamos soluções para um futuro próspero e frutífero para todos.