Lifelong learning: responsabilidade pessoal e desafio para as empresas

O conceito de lifelong learning como forma de manter a mente ativa dentro de um envelhecimento saudável tem sido massivamente incentivado.

Foto por Arina Krasnikova em Pexels.com

O conceito de Lifelong learning compreende a educação como um processo perene,  ultrapassando os limites das instituições, idade, nível social, e nesse sentido, investir em lifelong learning significa estimular de maneira voluntária, proativa e permanente o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo, a partir das mais diversas experiências de aprendizagem.

Com a evolução da tecnologia a um nível exponencial, existe uma preocupação de que as pessoas a partir dos 50 anos teriam dificuldade de absorver todas estas mudanças e portanto, passariam a ficar obsoletas. Por outro lado, com o crescimento da população idosa no Brasil, as empresas passarão a ter que absorver profissionais 50+, capacitá-los e também se preparar para servir esta população que envelhece a cada ano.

Postos de trabalho e indústrias inteiras estão se transformando e as habilidades necessárias para ocupar praticamente qualquer trabalho estão se modificando. A ideia que a aprendizagem só é efetiva quando associada a uma educação formal é que está ultrapassada.

“ Um aprendizado que é perseguido durante a vida,  que é flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares. O lifelong learning cruza setores, promovendo aprendizado além da escola tradicional e ao longo da vida adulta”. Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ),  instituição que dissemina o conceito ao redor do mundo

Segundo a LLCQ, e divulgado no Livro de Jacques Delors, Educação: Um Tesouro a Descobrir,   o conceito se baseia em quatro pilares fundamentais: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.

  1. É preciso aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos – ou seja: aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida;

 2. Aprender a fazer, não só no âmbito profissional, mas de uma maneira mais abrangente, a fim de tornar a pessoa apta a enfrentar situações adversas e trabalhar em equipe.

3. Compreender as interdependências existentes dentro de um projeto para que, no futuro, ela seja capaz de entender o outro e gerenciar conflitos, levando em consideração os valores do pluralismo.

4. Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal.

Não há dúvida que a responsabilidade de nos atualizar é nossa para nos manter aptos profissionalmente, socialmente e com a mente saudável. Mas as empresas também tem a responsabilidade e não só isto, a necessidade de oferecer oportunidades de crescimento, evolução e compreensão das necessidades e expectativas deste novo quadro de colaboradores.

Durante esta pandemia, muitas empresas simplesmente jogaram seus colaboradores em casa:  agora é “home office” ! E sem preparo algum, muitos se viram com níveis altíssimos de angústias e ansiedade, por terem que lidar com lives, apresentações digitais e preparação de material, sem qualquer tipo de treinamento.

Professora Shirley Magda se virando para gravar vídeo para seus alunos.

No curso Formação Executiva em Mercado da Longevidade da Fundação Getúlio Vargas no qual tenho a alegria e honra de ser uma das professoras, junto com Patricia Galante de Sá, Martin Henkel e Márcia Tavares, vamos falar justamente de como as empresas têm que se preparar não só para atender a este segmento de mercado que cresce a cada dia, como preparar seus colaboradores, cujo quadro terá grande parte acima de 50 anos.

A absorção de mão de obra de forma inclusiva ajudará às empresas mais modernas a compreender quais são os serviços que o mercado demandará. Somente trabalhando com pessoas que vivenciam experiências desafiadoras a partir das transformações de corpos e de mentes, elas serão capazes de ter uma olhar empático sobre os diversos fatores que nos diz respeito.

É preciso um trabalho sem preconceitos, sem rótulos e sem medo para cocriamos soluções para um futuro próspero e frutífero para todos.

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