Eu tive a sorte de ter um pai que se conectava com gente de todas as tribos e idade e aprendi com ele que a gente pode até “entrar num puteiro e não ser puta”.
Ele queria dizer que a gente pode conviver com pessoas que pensam diferente, radicalmente até, respeitar seu modo de pensar, trocar ideias e sair com suas convicções, sem desrespeito, sem agressões e sem cortar os laços da amizade.
Alguns vão até dizer que nestes dias de radicalismo isto está cada vez mais difícil. E de fato, algumas pessoas são tão apegadas ao seu modo de pensar e quer convencer o outro que sua verdade é mais verdadeira que a dos outros, que às vezes é melhor dar um tempo. Tenho algumas pessoas que bloquei nas redes sociais, mas continuo convivendo por telefone e/ou presencialmente, onde falamos de outro assunto. É que eu preferi afastar para não mandar embora pessoas que eu amo, porque cada um é muito mais que seu posicionamento político. Empatia é a chave.

Se o valor da amizade é essencial em qualquer parte da vida, na fase madura é ainda maior. As amizades mais antigas são fundamentais para nos manter conectados e acolhidos resgatando memorias e alegrias.
Tem muita gente que diz que depois de entrar na envelhecência, após os 50/60 anos temos dificuldade de fazer novas amizades, alguns fatores podem colaborar para isto.
Enquanto a pessoa está exercendo sua atividade profissional ela tem relação com colegas, clientes e fornecedores, então tem possibilidade de ampliar sua rede de contatos.
Quando para de trabalhar e às vezes, por problemas de saúde, acaba limitando suas saídas de casa e o contato com os amigos, e portanto diminui sua chance de conhecer amigos dos amigos.
E ainda muitas vezes as amizades estão relacionadas a vida da pessoa como “casal”, se há uma separação ou viuvez, estas amizades acabam se distanciando.
Estudo da American Psychological Association, , envolvendo 70 estudos representando mais de 3,4 milhões de indivíduos principalmente da América do Norte, mas também da Europa, Ásia e Austrália, examinou o papel que o isolamento social, a solidão ou viver sozinho podem ter na taxa de mortalidade. Os pesquisadores descobriram que todos os três fatores tiveram um efeito significativo e igual no risco de morte prematura. Isolamento social, solidão e viver sozinho, são fatores de risco tão prejudicial como a obesidade.
Um dos caminhos para a longevidade é justamente a convivência, a troca de experiência, de afeto, de amor fraterno;
” A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.” Joseph Addison
Durante a pandemia, a dificuldade de manutenção dos laços de amizade ficou ainda pior. Ao mesmo tempo que distanciamento social protege o idoso do contato com portadores da Covid-19, o isolamento pode estar contribuindo para reduzir sua resposta imunológica.
Segundo o Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de estresse deve aumentar em todo o mundo em função do isolamento domiciliar e da disseminação de fake News, tão comum nos grupos de WhatsApp.
O que quero chamar atenção aqui, é que o distanciamento social não precisa ser isolamento social total. Embora a recomendação seja para que o contato físico seja restrito ao máximo, a tecnologia nos ajuda a nos manter conectados com nossos amigos e familiares.
As reuniões de família via aplicativos, os velhos encontros e até mesmo jogos de baralho podem ser feitos via tecnologia, o que ajuda a reforçar estes laços. Eu particularmente tenho um grupo de orações e nos reunimos toda quarta feira à noite. É muito bom ver as carinhas nas janelinhas, saber um pouco de cada uma e saber que nossa corrente não se rompeu.
Temos um grupo de amigas que se reúnem 2 vezes por ano, doamos nossas roupas e acessórios e compramos as doações de nossas amigas. O dinheiro arrecadado vai para um projeto social, o que nos permite ajudar o outro e aquecer nossos corações. Com as peças que têm mais de uma interessada, fazemos leilão. Experimentar as roupas e dar palpites em como ficou na outra, sempre fez parte da diversão. Este ano, não deu, mas fizemos um encontro virtual e mesmo sem experimentar foi uma farra. E teve leilões super animados.
Todas amigas participando ativamente Leilão Top dourado Agatha Rippel – Dá poder de jogar igual…KKKKK
Agora no período que antecede o Natal e a virada do ano, que sempre nos traz esperança e renovação, especialmente depois de um período tão longo e desafiador como está sendo o da restrições impostas pela covid-19, eu só queria dizer que amizade faz rima com felicidade.
Pensa e lembre, quem te provoca a sensação que o tempo passou rápido demais? Porque quando a gente fala com quem gosta, nem vê o relógio dando suas voltas. Quem são as pessoas que fazem você perder a pressa?
Ligue para seus amigos, bata um papo, ponha a conversa em dia, conte e queira saber das novidades. Diga que ama e agradece a companhia na caminhada. Às vezes a gente só precisa de ouvir que tudo vai dar certo. Precisamos ainda mais deste carinho em nossa alma.
Me conte, o que você está fazendo para não perder o contato com suas amizades, além do Instagram e Facebook?