Sento para trabalhar. Em minha frente tem uma lista de coisas que tenho que fazer preparada ontem.
O telefone toca e a conversa demora um pouco mais do que o normal, dá sede, levanto, vou à cozinha, me lembro de tirar a roupa da máquina, antes de me sentar novamente percebo que há uma folha da jabuticabeira no chão, pego e vou até o lixo, aí vejo uma roupa que deveria estar na gaveta… O que eu estava fazendo mesmo?
Volto para minha lista: pagar condomínio – abro o aplicativo no celular, insiro a senha do banco e recebo um aviso que tá errada, eu tento de novo e o aviso alerta: se errar de novo vai ter a conta bloqueada… Fico nervosa, será que mudei a senha e esqueci? Levanto vou buscar minha caderneta de senha (pois é, se você ainda não tem uma, a minha já me tirou de apertos como este), ah eh…troquei mês passado…ufa!
Ihh será que tomei o remédio hoje? Melhor tomar agora ou pulo esta etapa?…Estou na cozinha com copo de água na mão… O que vim fazer aqui mesmo?

Encontro uma amiga de muitos anos e ela me conta uma coisa engraçada que aconteceu alguns anos atrás, morre e rir e eu olho para ela tentando puxar na minha memória algum fato, algum cheiro, alguma cor…nada…esta cena não existe na minha cabeça.
Isto também acontece com você?
Nunca tive uma memória muito boa. E se há algo que invejo nas pessoas é a memória. Algumas pessoas são capazes de contar fatos com detalhes, coisas que aconteceram na infância, na escola, eu quase nunca lembro. E isto sempre foi uma preocupação para mim. Minha lembrança de meu avô é de um senhor já senil, que em Piracema se chamava gagá, caduco.
Por conta disto, tenho a preocupação de querer sempre aprender algo novo, fazer palavras cruzadas, tomar banho de olhos fechados… Pequenos truques que dizem ser bom para deixar os neurônios afiados. Recentemente descobri um aplicativo (Lumosity) de treinamento cerebral e faço meus exercícios todos os dias.
Mas…Semana passada me deparo com um post dizendo que esquecer as coisas com facilidade é sinal de inteligência. Daí fui pesquisar e tem outro que diz que esquecer é o primeiro passo para aprender.
Será que posso relaxar sobre isto? Que preciso apenas de um longo período de ócio? Melhor preparar a mala , viajar é sempre o melhor remédio.

O aplicativo de mensagens apita, vou ver se é importante… Aí vejo que chegou um e-mail, mas também tem post novo de uma amiga… O que eu estava fazendo mesmo???
Republicou isso em REBLOGADOR.
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Eu li em alguma publicação a respeito, que o nosso cérebro não armazena na lembrança tudo que passamos, por não considerar importante aquilo para a nossa caminhada no momento. Sendo que, também observo, que as pessoas pró ativas e também as ansiosas se atentam muito a “próxima etapa” deixando de armazenar o que está acontecendo no momento.
Sinal de doença? Não.
É somente muita informação e ansiedade para resolver tudo, aliado a uma seleção involuntária dos arquivos a serem acessados com facilidade pela nossa “caixola”
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Obrigada Marcelo. Gostei deste ponto de vista.
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Adorei o seu post e me identifico muito com ele!
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